A cantora de jazz Roberta Gambarini, que infelizmente teve que cancelar sua participação no Tim Festival de 2007 por motivos de saúde, acaba de lançar um lindo trabalho intitulado So in Love, no qual ela confirma ser umas das artistas mais promissoras da nova geração.
Originária de Turim, Roberta Gambarini vem conquistando um merecido sucesso internacional desde seu CD de estreia, Easy to Love (2006), indicado ao Grammy de 2007 na categoria Melhor Album Vocal de Jazz. You Are There, de 2008, que tem notadamente a participação do pianista Hank Jones, confirmou as expectativas geradas pelo primeiro trabalho.
So in Love conta com músicos tão prestigiosos quanto James Moody, Roy Hargrove, Tamir Hendelman para servir um repertório em que Roberta Gambarini brilha ao interpretar clássicos do jazz como “Get out of Town”, “From this Moment on” ou “You Must Believe in Spring”, mas também canções dos Beatles, “Golden Slumbers” e “Here, There and Everywhere”, ou ainda o sucesso italiano “Estate”. Destacam-se a belíssima gravação de “Crazy”, sucesso na voz de Patsy Cline, e o medley da trilha do filme Cinema Paradiso.
Se Roberta Gambarini ainda não teve a oportunidade de tecer laços musicais com o Brasil, isso não é definitivamente o caso de Rosália de Souza. Nascida em Nilópolis (RJ), Rosália está radicada na Itália desde 1989 e acaba de lançar seu terceiro CD, intitulado D’improvviso.
Ainda pouco conhecida no Brasil, Rosália de Souza já tem uma carreira muito bem-sucedida na Europa. Sem dúvida, o encontro com Nicola Conte foi preponderante para a revelação do talento dessa cantora graças ao sucesso do disco Garota moderna (2004), que ele produziu. Embora esse trabalho tenha mergulhado na onda de sucesso da bossa eletrônica naquela época, Rosália soube não se repetir, mudando espertamente o foco musical no segundo trabalho, Brasil precisa balançar (2006), disco essencialmente acústico, gravado no Rio de Janeiro e produzido e arranjado por Roberto Menescal. Nesse ótimo trabalho, Rosália interpreta músicas do próprio Menescal (“Agarradinho”, “Mar amar”), mas também de Tom Jobim (“Vivo sonhando”), Johnny Alf (“O que é amar”), ou ainda “Que bandeira”, de Marcos Valle, que também participou da gravação.
D’improvviso segue o mesmo caminho, propondo um repertório muito bem escolhido e arranjos em que a bossa nova e o samba vão ao encontro do jazz, dando ao disco um swing e uma tonalidade particularmente agradáveis. Obras de compositores renomados – “Banzo” de Marcos Valle, “Carolina Carol Bela” de Jorge Ben, “Cantador” de Dori Caymmi, “Opinião” de Zé Keti, “Sambinha” de César Camargo Mariano ou ainda “Quem quiser encontrar o amor” de Carlos Lyra – convivem harmoniosamente com as composições de jovens artistas como Tomaz di Cunto, compositor paulistano conhecido pelo apelido de Toco, que já tem dois discos lançados e participa de três faixas do disco. Outro achado é a ótima composição “D’improvviso”, de Aldemaro Romero e Terenzi. Enfim, vale ressaltar os excelentes músicos, entre os quais o talentoso trompetista Fabrizio Bosso, que já trabalhou com Phil Woods e Stefano di Battista.
A página oficial de Roberta Gambarini é uma boa opção para descobrir o trabalho dessa cantora:
Da mesma forma, o trabalho de Rosália de Souza pode ser ouvido no endereço www.myspace.com/rosaliadesouzampb
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